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domingo, 11 de julho de 2010

Hoje Eu Quero Falar...


Hoje Eu Quero Falar...
Por Wanderley Nunes

Eu fico aqui com os meus “botões” fico pensando: sou um bom ouvinte, sou compreensivo (compreendo até as coisas mais incompreensíveis), sou conselheiro (aconselho até o que não sei aconselhar), sei apaziguar alguém que está desesperado, mas por que quando o assunto sou eu, ninguém quer me escutar?
Quem estiver lendo este texto pode achar: “Nossa como ele é convencido!”. Posso lhes garantir que não sou. Só que, o que mais me surpreende é quando eu preciso falar, quando eu preciso definitivamente desabafar, ninguém aparece por perto, e quando aparecem, começam a me ouvir, mas na primeira pausa que eu faço para respirar arrastam a conversa para elas e para os seus problemas, e lá vou eu mais uma vez insistir no mesmo erro. Ouço, aconselho, entendo e não sou entendido.
Será que as pessoas se esquecem de que eu sou humano? Será que elas não percebem que dentro do meu peito tem sentimentos, tem sofrimentos como qualquer ser normal. Desculpas, mas eu não tenho vocação para ser super-herói por 24 horas, até mesmo o Clark Kent tem seu momento humano.
Pombas! (nossa essa é do tempo da minha avó) Eu só quero às vezes poder ser ouvido, poder dizer as mesmas coisas que eu digo quando as pessoas me contam algum tipo de problema pelo qual está passando. Isso parece impossível para as outras pessoas, não sei se, é total falta de atenção ou se assustar em sabe que aquele rapaz que sempre ouve, fala, calmo, sereno também tem problemas como qualquer outra pessoa e que ele precisa ser ouvido. Ou talvez pensem que os problemas delas tem mais peso do que os meus. É nessa hora que tenho medo de está sendo egoísta e colocando os meus problemas na frente, deixando as pessoas de lado, mas o complicado é que eu estou sempre ali, pronto pra ouvir, custa um dia me ouvir? Sei lá, vai entender.
Ah! Enfim não vou ficar tentando entender as pessoas que não sabem ouvir o próximo.
Só sei que hoje eu quero falar...

Procurei Um Caís

Procurei Um Caís
Wanderley Nunes

Hoje eu procurei um caís
Não encontrei nada demais
Vazio
Frio

Hoje procurei um porto
Encontrei incompreensão
Falta de atenção

Hoje eu procurei um ombro amigo
Fui taxado de chato
Me senti chato
Segui meu caminho acabado

Hoje eu poderia procurar muitas coisas
Mas nada eu queria
Só alguém pra me ouvir
Conversar
Dar risada

Que pena não encontrei
Da net nada sei
Não conheço ninguém
Só letras que formam palavras
Que formam frases
Que tem um sentido

Mas quem é na verdade meu amigo?
Meu caís, meu porto seguro.
Um monitor frio e sem sentimentos.
Não quero mais ninguém pra me tirar desse tormento.

Cotidiano de Um Quase Amor

Cotidiano de Um Quase Amor
Wanderley Nunes

Já não sei mais onde você termina e eu começo
Já não sei mais se o meu desejo me pertence
Ou te pertence
Onde terminamos?
Onde começamos?
Onde paramos?
Que parte da nossa história vai ser publicada
Que parte da nossa intimidade vai ser resguardada
Que cena da minha existência você entrou
Você me roubou e nem mesmo me avisou
Sou seu ou sou meu?
Sou?
Percebo que nossas coisas já não tem mais sentido separadas
Sinto que nossas vidas não combinam mais desligadas
Na história não conjugamos mais o verbo separação
Seria até uma maldição
Não te ver
Não te ter
Não te sentir
Não existir
Mas o que mais me deixa confuso
É esse quase amor
Que mais parece um absurdo.