Two Faces
Por Wanderley Nunes
Como uma pessoa muda da água para o vinho, é estranho isso, pois por mais que achemos que nós conhecemos uma pessoa, ela sempre surge e mostra uma nova máscara.
Bom, pelo que vocês perceberam lá vem pancada.
Vou começar o texto de uma forma diferente hoje.
Imaginem aquela pessoa perfeita, educada, gentil, prestativa, atenciosa, etc.
Conseguiram imaginar?
Agora vendo este ser tão perfeito que, você tem como amigo imagine o que passa dentro da mente deste ser?
Não conseguiram imaginar né?
Digamos que aquilo que você vê não é e nem nunca foi o que você pensou que era. Aquela pessoa só representava um papel na tua frente, como o papel de bom moço ou boa moça. Alguém aí se lembra da Flora personagem da Patrícia Pillar em A Favorita no começo da novela?
Lembra que o autor a colocou como moçinha injustiçada e indefesa até para nós mesmos telespectadores no começo da trama ou como ele intitulava na época de “primeira novela”. E depois de revelar o caráter da ex-mocinha e vilã ele brincou mais ainda, quando ela representava ser para os outros uma pessoa que não era, dentro dela existiam sentimentos ruins como: raiva, superioridade, ambição, ódio, etc. Na época muita gente parou com aquela transformação da mocinha em uma das vilãs mais cruéis.
Voltando ao nosso pensamento, e você, pensa o quê?
Você acha que psicopatas e sociopatas só existem nas novelas?
Cuidado viu! Você na certa já foi ou é vítima de um, a escritora Ana Beatriz Barbosa Silva explica bem isso no seu livro Mentes Perigosas e nos ensina a identificá-los.
O que me deixa mais encabulado é a forma com a qual essas pessoas escolhem suas vítimas, eles percebem no ar uma vítima em potencial e diante delas apresenta seu lado doce, gentil, educado e atencioso; ou seu lado frágil, indefeso, um lado que precisa de acolhimento.
E o mais engraçado que são só as pessoas boas de coração que caem na lábia deles, só as pessoas puras acabam se deixando prender na teia que eles tecem em volta. Uma teia onde tem de tudo, uma teia que pode ter até sedução, pois um psicopata é capaz de elogiar sua presa seduzi-la e depois sugar o máximo que puder. Quando a presa não servir mais é ignorada, jogada de canto, deixada de lado, enfim, eles sugam, usam, tiram o máximo de proveito e depois descartam num balde de lixo na primeira esquina.
Aí é onde mora a culpa. A presa em si não se conscientiza dos fatos, não enxerga a realidade e segue acreditando que errou em algum momento, só depois de se conscientizar, só depois de ver a crueldade daquela pessoa que antes morava num altar, é que a vítima de um psicopata ou sóciopata acorda do sonho. Despenca das nuvens e volta a si. Essa é a fase mais triste. A descoberta dói. Até ingerir tudo e todos os fatos é que, uma vítima enxerga quem é aquela pessoa que sempre nos rodeou com mimos nos seduzindo ou fazendo-se de fraca que necessitava de ajuda.
Só que naquela mente morava os piores pensamentos, tudo premeditado, tudo articulado, tudo de uma forma a enganar e iludir até conseguir o máximo. E tem muitos que conseguem atingir seus objetivos.
Só que também nem todo psicopata ou sociopata é feliz nos seus planos, alguns se atrapalham num determinado caminho e se perdem em relação a algo que eu não vou revelar, e é nesse fato que os identificamos.
