Este blog não é uma forma de me expor ou fazer autopropaganda, mas a forma que encontrei de expor o que penso, opiniões, criticas, etc. Você encontrará poemas meus, de Eduardo Potiguar, de outros poetas conhecidos, de novos poetas e textos enviados. Não vou ficar aqui postando todos os dias como se fosse um diário, se bem que essa é a proposta de todo blog, mas postarei só o que considerar útil, mas terá um pouco de mim sempre.
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
Metade
Eduardo Potiguar
Metade de mim segue em frente,
A outra pára e reflete.
Metade de mim dá amor,
A outra está carente.
Metade de mim é vibrante,
A outra inerte.
Metade de mim é felicidade,
A outra chora.
Metade de mim está presente,
A outra totalmente ausente.
Metade de mim decide,
A outra aceita decisões.
E ambas as partes formam
Meu ser, juntas convivem,
Separadas se mostram
Em momentos diferentes.
Amigo
Eduardo Potiguar
Não existe explicação para o amor de um amigo,
Amo-te
POEMA RECITADO PELA ATRIZ GLÓRIA MENEZES NA NOVELA PÁGINAS DA VIDA
Amo-te quanto em largo, em alto e profundo
Minha alma alcança quando, transportada,
Sente, alongando os olhos deste mundo,
Os fins do Ser, a Graça entressonhada.
Amo-te em cada dia, hora e segundo
À luz do sol, na noite sossegada,
E é tão pura a paixão de que me inundo
Quanto o pudor dos que não pedem nada.
Amo-te com o doer das velhas penas;
Com sorrisos, com lágrimas de prece,
E a fé da minha infância, ingênua e forte.
Amo-te até nas coisas mais pequenas.
Por toda a vida. E, assim Deus o quiser,
Ainda mais te amarei depois da morte.
Poema original escrito por Elizabeth Barret Browning
Tradução: Manuel Bandeira
terça-feira, 28 de agosto de 2007
Inteiro
Eduardo Potiguar
Eu sou
Incondicionalmente seu,
sem vacilo e sem temor,
então fecho os olhos e
lanço-me em seus braços
domando aos poucos
o seu corpo.
Suas curvas
encaixam-se nas minhas,
como se fossem um jogo
de quebra cabeça, formando
um cenário típico do amor.
Aos poucos o desejo cede lugar
ao prazer que pulsa na veia,
guiando meus movimentos e
proporcionando sensações
que só você sabe dar.
Você me tem por inteiro,
usando-me mas também
deixando-se ser usada,
numa troca intensa,
onde sempre saímos saciados,
pois temos um ao outro.
Alta Tensão
Bruna Lombardi
Eu gosto dos venenos mais lentos
Um lugar chamado São Paulo
Um lugar chamado Notting Hill
Wanderley Nunes
Um filme que é comparado com a minha vida é “Um lugar chamado Notting Hill”. O romantismo, a indecisão e a imprevisão dos acontecimentos que cercam o filme, também me cercam.
A história vem com um romantismo no qual eu me identifico, os personagens principais (Will e Anna) vivem uma conturbada história de amor e cada um deles tem características que eu encontro em mim.
Will é romântico, apaixonado, tímido e com uma família maluca. Já Anna é insegura, apaixonada, indecisa e alegre.
Fazer uma comparação de vida com um filme é muito difícil, mas pra mim foi fácil.
Uma das primeiras cenas é o encontro da atriz famosa com o vendedor de livros; ao mesmo tempo em que eu sou comum, às vezes consigo chamar a atenção sem perceber. Eu vivo me machucando, esbarrando em móveis, tropeçando, etc, resumindo, sou desastrado. Will derrama suco na roupa de Anna. Procuro ter as rédeas da minha vida nas minhas mãos, mas o destino me prega peças, vem a indecisão do que fazer e a insegurança. Anna se apaixona por Will, mas não admite.
A personagem principal vive sempre na mira de repórteres. Eu mal posso dar um passo que é pouco provável que não vire boatos, sempre falam de mim, coisas boas e ruins, isso me incomodava. Por querer manter a minha vida em sigilo surgem aqueles “disse, que não me disse, que me disseram, que vão me dizer”. Muitas vezes eu tenho que medir e pensar muito antes de falar e agir sempre de forma exemplar, pois sempre terá uma critica. Numa das cenas, Anna induz Will a pular um muro e entrar numa propriedade particular, tudo pelo simples prazer de admirar o jardim. Eu às vezes tenho vontade de quebrar um pouco a rotina, ser um pouco irresponsável, mas quando tenho uma atitude dessas ninguém consegue acreditar que eu a fiz, as pessoas costumam ficar impressionadas até com um simples palavrão que eu solto sem querer. Mais ou menos quando Anna disse umas palavras a um grupo de homens que falavam dela, todos ficaram boquiabertos com a atitude da atriz.
A imprevisão dos acontecimentos, a bagunça e o ir e vir de Anna estão constantes em minha vida; a esperança, o amor e o sofrimento de Will também. Eu posso tentar fazer o que quiser, fugir de alguém, ou não querer amar tanto, mas o destino é quem manda.
Uma das últimas cenas é da entrevista coletiva com Anna, onde se passando por um repórter Will se declara e vencendo a sua timidez em meias palavras pede para que Anna fique com ele. Resumindo “Um lugar chamado Notting Hill” é comparado a minha vida por quase tudo, romance, insegurança, bagunça, esperança, imprevisão, amizades malucas, querer mandar nos sentimentos, não poder falar e agir da forma que quiser e o amor dos dois personagens. Poderia se chamar “Um lugar chamado São Paulo”.
Em uma brincadeira Anna faz uma previsão triste do seu futuro para daqui a dez anos, tudo para ganhar o prêmio (o último biscoito do prato), mas o destino é quem decide o futuro de cada um.
Não me deixes
Ne me quitte pás (Jacques Brel)
Não me deixes.
É preciso esquecer, tudo pode se esquecer que já se escapa. Esquecer o tempo dos mal-entendidos e o tempo perdido, a saber como esquecer essas horas, que por vezes matavam a golpes de porquê o coração da felicidade.
Não me deixes,
Não me deixes,
Não me deixes,
Não me deixes,
Eu te oferecerei pérolas de chuva, vinda de países onde não chove.
Eu cavarei a terra até após a minha morte para cobrir o teu corpo de ouro e de luz.
Eu farei um domínio onde o amor será rei, onde o amor será lei, onde você será a rainha.
Não me deixes,
Não me deixes,
Não me deixes,
Não me deixes,
Não me deixes,
Eu te inventarei palavras insensatas que você compreenderá.
Eu te falarei destes amantes ali que viram duas vezes seus corações se abraçar.
Eu te contarei a história deste rei, morto de não haver podido te encontrar.
Não me deixes,
Não me deixes,
Não me deixes,
Não me deixes,
Viu-se freqüentemente o fogo do antigo vulcão, que acreditavam muito velho.
Parece que há Terras queimadas dando mais trigo que um melhor abril.
E quando vem a noite para que um céu pegando fogo, o vermelho e o negro não se casam.
Não me deixes,
Não me deixes,
Não me deixes,
Não me deixes,
Eu não vou mais chorar, eu não vou mais falar, eu me esconderei aqui, a te olhar, dançar e sorrir, e a te escutar, cantar e então sorrir.
Deixa-me tornar-me a sombra de tua sombra, a sombra de tua mão, a sombra do teu cão,
Não me deixes,
Não me deixes,
Não me deixes,
Não me deixes.
Procura-se um amigo
Vinícius de Moraes
Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.
Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.
PERSISTÊNCIA...
Não havia nada que eu pudesse fazer...
Mas eu fiz! Alcançar tal coisa era impossível...
Mas eu a busquei! Não havia mais esperanças...
Mas eu as mantive! Não restava tempo para mais nada...
Mas eu lutei até a última hora! Não queriam mais...
Mas eu insisti!
A última palavra havia sido dada...
Mas eu ainda assim falei! Enfim...
Estou passando pela vida e tudo vai se fechando...
Mas a felicidade está em mim. Pois se nada tenho, por tudo lutei!
E sem me arrepender de nada, num futuro poderei dizer:
MAS EU TENTEI!
E ao olhar-me no espelho, a cada manhã, vou sempre dizer:
PELO MENOS EU TENTEI!
Não sou o autor, mas leia como se fosse.
Wanderley
Quase
Sarah Westphal Batista da Silva
Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perderam por medo, nas idéias que nunca saíram do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto.
A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom Dia” quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
...O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Para os erros há perdão; para os fracassos, chance; para os amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você, gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo planejamento, vivendo que esperando, porque embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.
“Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos”.
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
Ela
Por onde ela for eu tenho que estar, o sentido da minha vida é ela.
A vida por um fio
Meus amigos secretos
Desfeita uma confusão que sempre esteve presente, este texto não é da obra de Vinícius de Moraes e nem pertence a Garth Henrichs. O autor é Paulo Sant’Ana (Cronista do Jornal Zero Hora).
Bom, acho que o texto e a foto já diz tudo, não preciso falar muito só me desculpar com os meus amigos que não estão na imagem, mas são muitos e logo estarão aqui em outro poema. Acho que amizade é algo inexplicável e raro, só tenho pena de quem joga uma amizade fora por vaidade, rancor, ou qualquer outro motivo.