ELVIRA
Eduardo Potiguar
Elvira,
Mulher que o mundo criou pra mim,
Mais paciente não há,
Pois toda sexta feira as duas
Da manhã ela estava lá
na porta do nosso barracão
Com a sopa quente na mão
Sem ao menos perguntar
Por onde eu andava.
Durante a semana ela
Cuidava de tudo de um jeito assim...
Café e janta sempre na mesa
E de madrugada marmita tava feita,
A roupa toda dobrada na cadeira
Esperando somente o despertar.
Mas hoje para minha surpresa,
Ainda com o trinco na mão,
Percebi que algo estava errado
Dentro do nosso barracão.
A casa não tinha sido limpa,
O jantar nem pro fogo ele foi
E a cama ainda desfeita
Anunciava o meu sofrimento.
Elvira estendida no chão,
Foi pega de surpresa pelo coração
Achando que amar era suficiente
Para curar seu coração doente.

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