
Percepções
Eduardo Potiguar
Eu me assusto quando vejo essa cara de menina,
Esses seios de mulher,
Essa mente adulta.
Eu me assusto com a inocência dos seus atos,
Com a maturidade da sua fala,
Com o desvaneio dos seus poemas.
Eu me assusto quando não vejo que o tempo passou,
E me sobressalto com essa minha meia idade,
E com as reclamações do meu corpo.
Eu me assusto com o espelho,
Quando olho e não me vejo,
Ou quando olho e vejo um
Outro homem que ainda
Ontem eu não fui.
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