
Obra Mediunica Psicografada
Ligia Neves
Paris, 24 de Outubro de 1858.
Querida Amiga Madeleine,
Ligia Neves
Paris, 24 de Outubro de 1858.
Querida Amiga Madeleine,
Logo que acordei pela manha, tive a impressão de estarmos juntas novamente.
A saudade logo veio a apertar-me o coração com grande desejo de vê-la, de relembrarmos momentos felizes que passamos juntas; momentos esses presentes em minha memória com eterna descrição.
Posso lembrar-me do jardim onde nossa infância e nossa adolescência permanecem como um álbum de família em minha memória.
Posso tambem inalar o perfume das flores que faziam parte de nossas brincadeiras infantis, onde decorávamos nossas vestimentas e nossos cabelos como se fossem um grandioso jardim.
Como posso esquecer-me das nossas diferenças, onde eu sempre mais acanhada me corava logo com tamanho atrevimento ao sairmos ao bosque; você sempre com tanta alegria e espontaneidade despia-se facilmente ao adentrar-se no pequeno lago próximo a Colina.
Como não lembrar das noites que quando não podíamos estar compartilhando juntas contando as estrelas, sabia o que você certamente estava a pensar e vice-versa.
Ah! Querida Amiga Madeleine, como me esquecer dos doces encantos que você despertava a todos, com sua coragem, determinação, sensibilidade e confiança.
Sempre lhe admirei por essas tantas habilidades, pois que muito quisera atribuir-me esses predicados e com tamanha surpresa você sempre me dizia que cada um era como deveria ser, com seus erros e tantos outros predicados.
Tamanha era Nossa Amizade, que espelhava-me no seu ser, procurava agradar-lhe dizendo sempre tamanha admiração que sentia por ti.
Nossas vidas foram separadas se assim posso dizer, desde que despertamos pela primeira vez o interesse por um mesmo objetivo, no qual terrível sofrimento nos arrebatou.
Desde então, nossas vidas foram tragicamente apunhaladas pelo destino, se assim posso descrever.
Minha Grandiosa Amiga, nunca poderíamos imaginar um dia tamanha artimanha da vida; por as nossas vidas tomarem rumos por demais tortuosos,onde meu coração clamava por vingança e por onde eu andei derramei lagrimas de sangue eternas pelo remorso.
Como poderia imaginar que nossos corações fossem clamar pelos olhos do mesmo rapaz, e quando a disputa foi longínqua demais, segui meu caminho para que o seu se abrisse ao longo do horizonte.
Não quis mais espelhar- me em você, deixei de contar as estrelas e de vez tentei por tempos não mais relembrar de nossa infância, nossa adolescência, enfim, nossas vidas.
Hoje comigo trago a tristeza contida no meu semblante sofrido.
A minha vida não foi tracejada com tais regalias que a sua foi presenteada.
Minha vida me passa como lances repentinos contidos em minha memória.
E com lagrimas e com um grandioso aperto em meu coração que tenho remorso por não ter ido ao seu encontro quando você mais zelo necessitava.
Tamanha minha revolta me fez repudiar tamanha ingratidão.
E hoje Minha Amiga, necessito de cuidados, cuidados esses que um dia você clamou por mim, negando- me a atende-la, deixando que meu coração machucado se fechasse perante ti.
E com tamanha amargura que me vejo nesse leito, mas e com muito Amor que assim lhe escrevo.
Peco te desculpas por não ter te assistido, imploro perdão por deixar que meus sentimentos tivessem tal importância que acabasse sendo maior que A Nossa Amizade.
Mas e com muita esperança e plena convicção que em qualquer lugar que você esteja,nossos corações estarão sempre unidos pela Marca de Uma Grande Amizade.
Com Carinho,
Catherine
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