A Princesa e o Plebeu 

Por Wanderley Nunes 

Vou contar uma fábula:

“Há muitos anos atrás num reino tão distante todos viviam em uma aldeia em aparente harmonia, até que veio uma novata que causou e muito conquistou afetos e desafetos. 
Logo depois veio uma amiga conhecer a aldeia. As pessoas tiveram suas opiniões divididas, a amiga da nova moradora era bem mais simpática e doce do que a recém chegada. 
A amiga da nova moradora foi conquistando todos ali, dizem as más línguas que ele até beijou um sapo  na esperança de que ele virasse príncipe. Ela despertou amores e amizades. 
A amiga da nova moradora era diferente, fora e dentro do padrão, tinha suas certezas, sabia o que queria, era uma princesa “esquisita”, alta demais perto dos moradores e isso chamava a atenção, pele clara, sorriso, bobo e sincero e sempre que visitava o reino onde a amiga queria ser princesa, mas ali havia uma guerra interna com outra antiga moradora que queria reinar também. 
A amiga da nova moradora que tinha seu reinado bem longe dali sempre a visitava, ela conheceu um plebeu totalmente fora e indo contra tudo o que ela aprendeu desde criança, mesmo assim ela acolheu aquele plebeu, nunca lhe negou respeito (o que naquele reinado ele nunca teve, nem mesmo pela nova moradora), sempre o aceitou, mesmo ele sendo fora do normal.  
Assim a vida foi caminhando, a nova moradora aproximou-se do plebeu, mas nunca o respeitou; junto com a princesa do reino distante, iam a festas, aniversários, o plebeu que sempre vivia perto do único amigo que o respeitava naquele reino. A princesa chegou a levar o plebeu pra praia. 
O tempo e os acontecimentos destroem aquele reino, cada um segue seu caminho, mas nunca deixam de se falar. 
O plebeu fez muito esforço para levar a amizade com a nova moradora que estava mais longe de todos. E ele ia sempre conversando com a princesa. 
Os anos se passaram, surgiu forte algo chamado redes sociais e a comunicação entre o plebeu e a princesa ficou mais fácil. 
As vidas tomaram seus rumos e a princesa encontrou seu príncipe e casou-se, enfrentou problemas, mas usou sua fé e doçura e contornou a situação, teve dois herdeiros, mas nunca esqueceu daquele mero plebeu que não tem mais serventia pra nada. 
O plebeu teve dois acontecimentos que mudaram sua vida de forma drástica, mas segue firme. 
Aquela que era a nova moradora, não deu a mínima importância pra nada e pra ninguém. A única que a tolera e entende é a princesa do reino distante. 
A princesa tomou um susto quando o plebeu apareceu no seu reinado 17 anos depois. Ele conheceu a segunda herdeira do trono, onde a princesa já tinha sido coroada e era rainha. 
Fazem mais de 20 anos que a princesa conheceu o plebeu e o aceitou como ele é, sem julgamentos. 
Essa amizade vive nos corações deles, existe algo que nem o tempo possa destruir. 
Todos tentam viver felizes como podem.”
Fim